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Santa Casa de Passos realiza cirurgia de transplante de osso e pele, inédita na região
Uma cirurgia inédita, no sudoeste de Minas Gerais, praticada apenas em grandes centros, foi realizada na última quinta-feira, 12, na Santa Casa de Passos. Trata-se de uma reconstrução de mandíbula com transplante microcirúrgico de fíbula (osso da perna). Realizada por três equipes de cirurgiões, a cirurgia teve a duração de onze horas.
Segundo o cirurgião plástico, Diogo Lima, “a paciente, uma mulher de 53 anos de idade, possuía um tumor maligno extenso dentro da boca que invadia e destruía parte de sua mandíbula e a base da língua causando dor, perda de dentes e dificuldade na alimentação e higienização oral.
Antes da cirurgia, a equipe de Cirurgia Bucomaxilofacial – formada pelos cirurgiões bucomaxilofaciais Gustavo Nogueira, Caio Borges e Gustavo Oliveira – confeccionou uma placa de titânio a partir de um molde feito com o auxílio de uma impressora 3D, que foi gentilmente cedido por Carlos Reis, dentista especialista em Radiologia.
O médico Laércio Martins, da Cirurgia de Cabeça e Pescoço, iniciou a cirurgia, realizando a extensa ressecção (extirpação) da tumoração na cavidade oral da paciente.
Simultaneamente a isso, Diogo Lima, auxiliado pelo médico Juliano Batista, dissecou um segmento de osso e pele na perna com seus delicados vasos de 2 a 3 milímetros. Depois, então, esse segmento de osso foi modelado e fixado (ainda ligado nas artérias e veias da perna) na placa de titânio, pré-moldada antes da cirurgia, a fim de formar um substituto de osso e pele para dar um contorno mais simétrico à face da paciente e possibilitar a reabilitação dentária.
A seguir, o médico Diogo, com o auxílio de um microscópio cirúrgico moderno que a Santa Casa possui e aumenta em mais de 10 vezes pequenas estruturas, transplantou esse tecido da perna para a mandíbula, realizando a conexão (anastomose) das artérias e veias delicadas do segmento de osso e pele da perna nas artérias e veias do pescoço abaixo da nova mandíbula.
“Dessa forma, o contorno da mandíbula e o revestimento da cavidade oral foram restabelecidos”, explicou. A paciente manteve-se estável durante toda a anestesia realizada pelo médico Marcel Lopes”, destaca Diogo, acrescentando que o pós-operatório inicial foi feito na UTI, sendo que a paciente recebeu alta para o quarto em apenas três dias, e no momento vem se reabilitando aos poucos do processo cirúrgico na Enfermaria a fim de depois continuar o tratamento complementar com radioterapia.
“O procedimento realizado demonstra o pioneirismo da Santa Casa no que há de mais moderno e avançado no interior de Minas Gerais no tratamento de reconstrução pós grandes ressecções de tumores e sequelas de trauma. Isso demonstra a importância que a instituição tem no trabalho em equipe multidisciplinar, atestando, mais uma vez, sua referência regional”, pontua Diogo.
Orgulhoso pelo sucesso do procedimento, o provedor da Santa Casa, Vivaldo Soares Neto, ressaltou a excelência dos serviços na instituição. “Cirurgias como essa, nos confirmam a competência de nosso Corpo Clínico, que a cada vez, realiza procedimentos pioneiros e de Alta Complexidade. Assim, podemos constatar a importância de nossos investimentos contínuos em prol da saúde de Passos e de todo o Sudoeste Mineiro”, finalizou o provedor.