Turismo
Evento resgata o sabor da culinária africana em Juiz de Fora
Os hábitos alimentares, desde as receitas ao modo de preparo, junto às particularidades de cada região, são resultados de processo histórico e de intercâmbio cultural entre diferentes povos.
Em Juiz de Fora, a herança africana, incorporada à alimentação, será evidenciada durante o evento “Patrimônio, Gastronomia e Cultura: O Sabor da Culinária Africana na Identidade Juiz-forana”, que acontecerá na próxima sexta-feira, 30, das 10 às 16 horas, na Praça Antônio Carlos.
O evento é realização da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), através da Fundação Cultural “Alfredo Ferreira Lage” (Funalfa) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta), em parceria com o Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES JF), e integra a “7ª Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais”, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
Com objetivo de aliar gastronomia e educação patrimonial, o evento contará com apresentações, degustações e ações educativas. Às 11 horas, a “Aula Show: Tradição Inventada”, promoverá a preparação de feijoada, ao vivo, pelo professor e pesquisador de comidas étnicas, João Batista Villas Boas Simoncini, do CES JF. A atividade pretende desmistificar o prato como alimentação nascida nas senzalas, despertando a curiosidade em relação aos insumos incorporados no dia a dia, e as transformações e relação com a “mineiridade”.
A partir das 12 horas a população poderá degustar pratos relacionados à culinária afro-brasileira, harmonizados com cervejas artesanais de Juiz de Fora. Serão servidas 300 porções de entrada à base de inhame; feijoada brasileira; e, de sobremesa, arroz doce tradicional da culinária mineira.
Durante todo o dia, a equipe da Divisão de Patrimônio Cultural (Dipac), da Funalfa, estará presente, demonstrando a dimensão imaterial da culinária afro-brasileira e a diversidade de etnias que compõe a cultura juiz-forana e sua relação com o núcleo histórico da Praça Antônio Carlos, o primeiro da cidade, por meio de exposição de banners.
Degustações
“Para a cidade, a ação é muito importante, principalmente por ser realizada em espaço público, mais integrado à população, falando da importância do patrimônio e ressignificando esses espaços através dos nossos hábitos alimentares. A identidade juiz-forana é formada por diferentes etnias, como alemães, italianos, portugueses, sírios e libaneses e africanos. Muitas vezes, destacamos as outras e nos esquecemos da africana, por estar tão arraigada à nossa cultura”, destacou a historiadora da Funalfa, Carine Muguet.
“A ação valoriza a gastronomia e os povos que constituíram a história de Juiz de Fora, reconhecendo e dando destaque àqueles que empregaram sua mão de obra na efetiva construção da cidade e de toda a memória representada através do seu patrimônio”, afirmou o assessor da Sedeta, Marcos Miranda.
O evento “Patrimônio, Gastronomia e Cultura: O Sabor da Culinária Africana na Identidade Juiz-forana” conta com apoio do Hospital “Albert Sabin”, Mineirão Atacarejo, Cervejaria São Bartolomeu e Ppienk – Equipamentos para Cozinhas Industriais.
“Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais”
Inspirada na experiência das “Journées du Patrimoine”, criada na França em 1984, e que se consolidou por marcar, de forma nacional e anualmente, um final de semana de mobilização popular em torno da valorização e preservação do patrimônio francês.
Em Minas Gerais, a “Jornada” é promovida pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) a cada dois anos. A ação busca promover atividades de educação patrimonial no “Mês do Patrimônio”, celebrado em agosto.
Na edição de 2019, com o tema “culinária e patrimônio”, o objetivo é promover ações que tratem dos modos de fazer, das receitas, dos lugares e práticas ligadas à alimentação e seu patrimônio gastronômico.