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Economia

‘Empreendedorismo popular’: bicos elevam demanda por crédito, sentem financeiras

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'Empreendedorismo popular': bicos elevam demanda por crédito, sentem financeiras

As financeiras já sentiram o aumento da demanda por crédito por parte das pessoas físicas para deslanchar o empreendedorismo popular. A lenta recuperação do emprego empurrou milhões de brasileiros para viver de bicos. Muitos compraram a prazo pequenos bens de capital para empreender por conta própria. Esse movimento inclui desde a aquisição de um automóvel mais novo para poder trabalhar como motorista de aplicativo até de um carrinho de lanches, por exemplo.

“O empreendedorismo popular está aquecendo a compra de pequenos ativos adquiridos a prazo pelas pessoas físicas”, afirma Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi, associação que reúne as financeiras. A tendência foi detectada entre as instituições que participam da entidade.

A maior procura por financiamentos para a compra desses equipamentos, percebida pelas instituições que participam da entidade, acaba impulsionando as concessões de crédito. E ela acaba se misturando com as demandas feitas ao consumidor.

Neste ano, por exemplo, as concessões de crédito para compra de veículos para pessoas físicas aumentaram 8,8% entre janeiro e agosto deste ano, em relação aos mesmos meses de 2018, segundo dados do Banco Central. Nesse resultado, provavelmente estão incluídas compras feitas por interessados trabalhar com aplicativos.

Muriel de Oliveira, de 52 anos, está se preparando para virar motorista de aplicativo, colaborando para ampliar a procura por crédito. Montador de painéis luminosos, faz cinco anos que ele não tem carteira assinada. No momento trabalha como empreiteiro e executa diferentes trabalhos dentro de uma obra. “Faço de tudo, da instalação hidráulica à parte elétrica.” Mas ele quer mudar de vida por causa da renda incerta e do risco de acidentes. “Estou cansado de trabalhar em obra.”

Dono de um veículo da marca Clio, ano 2005, ele pretende comprar uma carro mais novo, ano 2013, para poder trabalhar como motorista de aplicativo. É que uma das exigências dos aplicativos é que o veículo seja mais novo.

Seu plano é vender o carro atual e usar o dinheiro da venda para dar de entrada num veículo mais novo. A diferença ele pretende financiar em, no máximo, 24 vezes.

Oliveira está disposto a desembolsar uma parcela de mensal de R$ 800 pelo financiamento do veículo e calcula que vai conseguir tirar cerca de R$ 1 mil por semana trabalhando com aplicativo. “Tenho vários amigos que trabalho com aplicativo e se deram bem.”

Depois de liquidar uma dívida ainda pendente e que ele pretende pagar à vista para conseguir a aprovação do financiamento do carro, Oliveira não planeja comprar nenhum bem de grande valor este ano. “Consumo vai ser só a compra do carro para trabalhar.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Jornalista e editor dos sites Da Redação, Front Pages News e Cura Plena. Escritor do 'Museu da Notícia' e 'Quer um conselho?'.

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