A caneta presidencial contra a imprensa é bem limitada, principalmente quando não se tem mais o controle da informação unicamente através de concessões. A audiência de TV e rádio, embora considerável, não é única e poderá ser substituída pelo meio virtual — pelas mesmas marcas — em qualquer arroubo autoritário de Bolsonaro.
Nesta segunda-feira, 8, após uma ‘meia-volta’ do Governo, anunciando ‘interatividade’ na plataforma de dados, os maiores veículos de comunicação do país — G1 (leia-se Globo), Folha, Estadão, O Globo e Extra — anunciam força-tarefa para apuração e divulgação de dados através das secretarias estaduais.
Qualquer raciocínio lógico do mais ferrenho apoiador do presidente sabe que não se luta para ‘derrotar o inimigo’ negando acesso a dados do Coronavírus, o maior desafio em um século que a humanidade está passando.
Deixou de ser apenas bons modos de alguém que é presidente — mesmo que seja exatamente esse o objetivo para deixar claro que estaria rompendo o modo tradicional de fazer política (o Centrão manda abraços!).
A briga de Bolsonaro com a imprensa já tem um vencedor desde o início. E omitir dados sobre o Coronavírus, que já sofre com subnotificações, é criminoso.