A 20ª edição da Lei Municipal de Incentivo à Cultura “Murilo Mendes” recebeu 474 inscrições, sendo 319 on-line e 155 presenciais. Com 144 propostas, a área de literatura registrou maior procura, seguida por música (87), audiovisual (54), artes e design (53). Aos 25 anos, a legislação, gerida pela Fundação Cultural “Alfredo Ferreira Lage” (Funalfa), registrou participação recorde, superando as 399 inscrições formalizadas em 2005, ano em que, pela primeira vez, o recurso destinado ao financiamento de produtos culturais foi de R$ 1 milhão. Em 2019, o valor disponibilizado pela Prefeitura de Juiz de Fora, por meio do Fundo Municipal de Cultura (Fumic), também é recorde: R$ 1,5 milhão.
O diretor-geral da Funalfa, Zezinho Mancini, faz uma avaliação positiva do processo de inscrição. “Percebemos uma boa aceitação das novidades incorporadas ao Edital, inclusive com diversas manifestações positivas dos artistas e produtores. Nosso esforço tem sido no sentido de modernizar o processo, garantindo a incorporação de avanços tecnológicos, sem inviabilizar o acesso de grupos que ainda preferem metodologias e suportes tradicionais. Como gestora cultural de um município do porte e com a tradição de Juiz de Fora, a Funalfa tem o dever de manter sempre alinhado o sistema que envolve o artista, a cultura, a cidade e o mundo. Esses elementos devem se complementar e não concorrer entre si”.
O diretor-geral afirma que já é possível apontar algumas tendências na edição 2019. “Observamos, por exemplo, um grande número de proponentes que estão participando do processo pela primeira vez. Isso reflete a renovação que vem ocorrendo na própria classe cultural. Aos 25 anos, a Lei ´Murilo Mendes` completa o período de uma geração. Novos artistas estão chegando e se posicionando ao lado de veteranos da cena cultural. É um momento salutar e revigorante para a cidade.”
Já a gerente de Fomento à Cultura da Funalfa, Tamires Fortuna, afirma que a primeira fase de julgamento das propostas inscritas teve início. “Estamos trabalhando na análise documental para verificar se todos os itens solicitados no edital foram entregues adequadamente. Diferente dos anos anteriores, essa etapa não tem caráter eliminatório. Se forem constatadas falhas, o proponente terá a oportunidade de providenciar a complementação ou adequação. Para isso, é fundamental que todos fiquem atentos às publicações nos Atos do Governo, às notícias divulgadas no Portal da Prefeitura (pjf.mg.gov.br) e às redes sociais da Funalfa (facebook e Instagram: @funalfacultura) para acompanhar as convocações, que serão feitas a partir do número do protocolo de inscrição”.
Com relação ao recorde de inscritos, a supervisora do Programa Cultural Murilo Mendes, Fernanda Amaral, afirma que era já era esperado. Além da lacuna de dois anos na edição da lei, provocada pelo agravamento do deficit financeiro no município, ela aponta outros aspectos. “Estamos atravessando um período de recessão, quando a classe artística tem mais dificuldade para viabilizar seus projetos de forma independente. A simplificação no edital da lei, que tornou o processo mais fácil e acessível, e a adoção das inscrições on-line também contribuíram para aumentar a procura.
Outro aspecto destacado por Fernanda é o suporte oferecido aos artistas e produtores, com a realização de dez oficinas de elaboração de projetos, no Centro e em diversos bairros, além de 15 plantões de tira-dúvidas, somando quase 70 horas de atendimento, tudo de forma gratuita, com diferentes opções de dias e horários.
Inscrições por área
Artes Cênicas – 47 propostas (10%)
Artes Visuais e Design – 53 (11%)
Audiovisual 54 – (11%)
Cultura Popular e Urbana – 41 (9%)
Literatura – 144 (30%)
Música – 87 (18%)
Patrimônio e Memória – 27 (6%)
Outras – 21 (5%)