AGÊNCIA MINAS
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) começou a fazer um novo exame de triagem para identificar informações genéticas do vírus do sarampo. O método, denominado RT-PCR em tempo real, pretende detectar a presença do vírus nas amostras analisadas para que elas sejam submetidas, posteriormente, ao sequenciamento genético, que permitirá identificar o genótipo do vírus que está circulando em Minas Gerais.
O resultado destes exames tem importância epidemiológica, uma vez que permite a confirmação dos primeiros casos e o monitoramento dos genótipos circulantes. O sequenciamento continua sendo feito na Fiocruz-RJ e o prazo para liberação dos resultados é de 30 dias após o recebimento da amostra no laboratório.
As análises processadas por RT-PCR não têm foco no diagnóstico da doença, mas servirão para monitorar a situação do sarampo no estado. “É importante esclarecer que este é um exame complementar, que não será realizado para todas as amostras. O diagnóstico da doença continua sendo feito através da detecção de anticorpos IgM e IgG no soro dos pacientes com suspeita de sarampo”, esclarece a técnica no diagnóstico de sarampo, rubéola e vírus respiratórios do Serviço de Virologia e Riquetsioses (SVR), da Funed, Ana Luísa Cury.
Até o fim do mês de agosto, a Funed recebeu aproximadamente 400 amostras de casos suspeitos de sarampo. Destas, 33 amostras com resultado positivo no exame de PCR foram encaminhadas para análise no Rio de Janeiro. As amostras com resultado negativo neste exame não seguem para sequenciamento.
Epidemia
O Brasil tem travado uma luta árdua contra o sarampo, doença infecciosa grave, provocada por vírus, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, podendo ser contraída por pessoas de qualquer idade. As últimas epidemias da doença no país aconteceram em 1968 e 1991.
O vírus acabou perdendo força, fazendo com que o Brasil ganhasse o certificado de território livre da doença, em 2016 – título que foi perdido neste ano em virtude dos numerosos casos notificados. Em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), desde o início de 2019, foram notificados 249 casos suspeitos de sarampo provenientes de 92 municípios mineiros. Destes, 167 foram descartados, 78 estão sob investigação e quatro casos foram confirmados: um em Betim, um em Contagem e dois em Belo Horizonte.
A melhor forma de combate à doença é a vacinação. De acordo com a SES-MG, podem ser vacinadas crianças a partir de 6 meses de idade. De 6 a 11 meses, a criança toma a “dose zero”, que é uma dose extra. Com um ano, vacina novamente e, aos 15 meses, recebe a dose de reforço. Até 29 anos, a pessoa tem que ter pelo menos duas doses no cartão e, de 29 a 49 anos, a pessoa tem que tomar uma dose.