A ironia perversa do clã Bolsonaro até com o educativo Zé Gotinha

Em resposta a Lula, que em discurso nesta semana que marca sua volta ao cenário político questionou onde estaria o Zé Gotinha na era Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicaram nas redes sociais nesta sexta-feira o símbolo — marco da erradicação da pólio — criado em 1986, a pedido da Unicef, segurando um fuzil em formato de vacina (ou vice-versa), com a expressão ‘nossa arma agora é a vacina’.

Ao Painel da Folha, o criador do Zé Gotinha, o artista plástico Darlan Rosa, 74 anos, classifica a representação como ‘imagem terrível’: ‘É tudo o que eu não penso. Ele foi concebido como personagem educativo. Não há nada de educativo numa arma’.

Em meio a inúmeras regras para filtrar o conteúdo infantil até o consumo do seu público, o que se pode pensar da atitude de dois parlamentares em deturpar de tal maneira uma imagem educativa?

Daniel Polcaro: Jornalista e editor dos sites Da Redação, Front Pages News e Cura Plena. Escritor do 'Museu da Notícia' e 'Quer um conselho?'.